Professores da TV AT lançam documentário no Rio de Janeiro

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O documentário baiano Cacau do Pandeiro – o mundo na palma da mão, dirigido por Márcio Santos, e que conta com a participação de professores da Rede Anísio Teixeira (AT), ganhou o edital Pró-Artes Visuais da prefeitura do Rio de Janeiro e vai ser lançado no dia 08 de março de 2012 na capital carioca.

A intenção da obra é mostrar ao Brasil a vida desse ritmista que se dedicou inteiramente à sua maior paixão: a música.  Para isso, o filme tem depoimentos de amigos, músicos, familiares e o do próprio Cacau. Carlinhos Brown, Juliana Ribeiro, J. Veloso e Riachão são alguns dos artistas que prestam homenagem ao mestre.

O evento de lançamento ocorre no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, com a presença do músico e da equipe de professores. Faz parte da programação de lançamento, também, uma exposição fotográfica do professor Peterson Azevedo, oficina de percussão com o próprio mestre Cacau e palestras sobre música. Até o dia 25 de março o vídeo vai ficar sendo exibido no local juntamente com a exposição. Além disso, a prefeitura carioca vai distribuir 800 cópias do documentário para as escolas públicas municipais, assim como escolas de música e universidades. O lançamento em Salvador está previsto para o final do semestre.

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Cacau do Pandeiro – o mundo na palma da mão foi idealizado, produzido e roteirizado por cinco professores da rede pública estadual de ensino da Bahia: Armando Castro (idealização e direção musical), Cláudia Pessoa (assistente de produção), Joalva Moraes (direção de produção), Marcus Leone (idealização e roteiro) e Peterson Azevedo (idealização e fotografia still).

Para o professor Marcus Leone, que também é da Rede AT, o lançamento deveria ocorrer em Salvador. “Queríamos muito que fosse aqui, mas o fato de ser lançado no Rio é muito significativo para a perspectiva audiovisual dos educadores. O trabalho na capital carioca vai possibilitar que o material seja divulgado em escolas e isso vai fortalecer o lançamento aqui. É outra visibilidade, quebra fronteiras”, pondera Leone.

Recurso Pedagógico - Nascido e criado na Vila Matos, no Rio Vermelho, bairro boêmio de Salvador, Carlos Lázaro da Cruz, ou como ficou conhecido, Cacau do Pandeiro, aprendeu a tocar pandeiro com os irmãos mais velhos que eram músicos.  Começou sua carreira profissional como baterista de orquestras de baile em Salvador, na década de 1940. Ainda nesse ano, junto com Miguel Neri e Belmiro Cruz, fundou a “Orquestra Yemanjá”. Nos anos 70, Cacau passou a integrar o grupo de chorinho “Os Ingênuos” a convite do amigo Edson 7 Cordas. De lá para cá, eles já rodaram o mundo. Se apresentaram em várias cidades brasileiras, na Argentina, Alemanha, Estudos Unidos e têm o orgulho de lembrar que já tocaram até com Frank Sinatra.

Segundo a professora da Rede Anísio Teixeira, Joalva Moraes, o documentário tem dois grandes fatores. “O primeiro, que é deixar um registro da história de um mestre popular, um homem cuja vida se confunde com a história da música baiana. O segundo é a questão da educação na medida em que a obra traz discussões como os diversos saberes, a desmistificação da supremacia do saber, da educação formal e a questão da educação que surge da interação com os grupos sociais", explica.

Além disso, Joalva ressalta que a obra passa a ser mais uma possibilidade para o professor em sala de aula. “Hoje, o documentário vai ser um recurso pedagógico para as escolas do Rio e quem sabe do Brasil. Com isso, nós vamos aumentar a abrangência do registro de Cacau e a disponibilização desse material no Rio de Janeiro”, completa a professora.

"A expectativa sobre o documentário é enorme. Nossa ideia era que o material se transformasse em ferramenta pedagógica.  Esperamos uma boa repercussão no Rio e que  a Bahia, como mãe geradora do samba, abrace esse material dando a visibilidade que Cacau merece", observa Peterson Azevedo, professor da Rede AT.

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