Professora usa poesia autoral de estudantes para fortalecer o ensino da literatura

Fortalecer o ensino e a aprendizagem por meio do da produção textual e da dramatização de poesias autorais: foi com este objetivo que a professora Janaina Brito Nogueira, do Instituto de Educação Gastão Guimarães, em Feira de Santana, criou o projeto “Poesia em Trânsito”, que envolveu estudantes do 2º ano do ensino médio.

“Queríamos fazer a poesia transitar e que abrangesse toda a comunidade escolar”, contou a professora. Ela explicou que no primeiro momento era importante aproximar os estudantes do tema, por isso, levou jovens autores para bate-papo e recital de poesias em sala de aula “Para ensinar, precisávamos tornar o estudante protagonista do processo”, completou. Depois desta etapa, teve início a produção autoral dos próprios estudantes, direcionada conforme o conteúdo a ser estudado. “Quando falamos do Romantismo na literatura, é mais fácil o estudante aprender com seu próprio texto do que com uma poesia de meados do século XVIII”, destacou.

Mas, para Janaina, o importante era poder expandir toda esta produção para além da sala de aula. Para isso, ela mobilizou toda a escola, principalmente professores de outras disciplinas, fazendo com que cada classe utilizasse sinalização de placas de trânsito para permitir que as poesias fossem recitadas. Verde para aceitar; vermelho para indisponível no momento e amarelo para mais tarde. “Fomos à direção, ao porteiro, às outras classes declamar poesia”, contou.

E o resultado de toda a ação, segundo a professora, foi o despertar dos estudantes para produção textual, o interesse pela literatura e a melhor absorção do conteúdo da disciplina. “Tivemos estudantes que já produziam poesia, mas nunca tinham apresentado. A partir do projeto, sentiram-se valorizados”, contou.

“Quando a professora Janaina iniciou as atividades do projeto e nos motivou a participar efetivamente, eu estava passando por um bloqueio criativo e estava desanimada. O projeto para mim foi um incentivo para que eu voltasse a escrever”, afirmou a estudante Rebeca Almeida, que cursa o 2º ano.

A estudante do 3º ano, Sara de Jesus, contou que ficou animada ao assistir os colegas do 2º ano recitando. “Foi durante a aula de Educação Física que ela conduziu seus para nos apresentar as obras autorais, e devo dizer, emocionantes. Foram recebidos com entusiasmo tanto por mim quanto por minha turma. Como aluna me senti motivada a continuar com minhas produções”, ressaltou.

A iniciativa teve aprovação da comunidade escolar, que reconheceu a melhoria no processo de aprendizagem e também a importância de tornar públicas as produções estudantis antes desconhecidas. Para a professora do Instituto Gastão, Adriana Matos de Almeida, dias comuns de aula tornaram-se mais interessantes. “Receber a visita de estudantes recitando produções próprias ou de colegas, além de emocionar, fez com que aqueles que escutavam percebessem que produzir não é algo que precisa estar distante do saber pedagógico do aluno, que não é algo exclusivo dos autores estudados em livros”, pontuou. Ela ressalta, também, que o ensino pode ser feito de forma prazerosa e alegre. “Janaína tem transformado o trabalho com literatura em aulas dignas de nossa admiração e, claro, servem de modelos para nós professores da área”, finalizou.

 

 

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