Live traz debate sobre literatura infantil, combate ao bullying e inclusão

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O papel dos pais e educadores no combate ao bullying e a utilização da literatura infantil para trabalhar questões sociais foi a tônica da live "Literatura na Infância. Por quê é tão importante?". A atividade, promovida pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), ainda levantou o debate sobre a importância da literatura infantil enquanto ferramenta de inclusão e formação cultural.
 
Durante a transmissão, também foi lançado o livro “A princesa do olhinho preguiçoso” escrito pelo jornalista Ricardo Ishmael, com ilustrações de Heitor Neto. O secretário da educação do estado, Jerônimo Rodrigues, destacou a necessidade de falar e desenvolver atividades sobre esses temas. “Estou muito feliz de acompanhar esse encontro virtual para tratar de um tema tão especial e de um significado muito grande para educação que é a literatura na infância. Eu li o livro, gostei muito e fico contente em saber que algumas escolas, que estão fazendo atividades virtuais, estão utilizando e vão utilizar dessa nossa agenda para as crianças”, comentou Jerônimo Rodrigues.
 
“Ingressar as nossas crianças na cultura escrita é um ato de democracia. Portanto, a leitura na infância, nas escolas, no ambiente domiciliar é um ato de inclusão social permanente. Colocar nossas crianças como leitores é um ato muito importante e vale lembrar que todas, sem exceção, precisam acessar o direito ao mundo e a cultura da escrita”, acrescentou Cybele Amado de Oliveira, diretora geral do Instituto Anísio Teixeira (IAT). 
 
O livro foi inspirado na sobrinha do escritor e conta a história de Lalá, uma menina de seis anos de idade que foi diagnosticada com ambliopia, conhecido popularmente como “olhinho preguiçoso”, que é quando um dos olhos “enxerga” menos que o outro. Para corrigir a problema a personagem passou a usar um tampão, a partir daí vieram os apelidos e os ataques na escola.  “A literatura infantil faz com que a criança veja que cada um tem o seu lugar singular no mundo. E neste livro, o escritor traz essa visão para as crianças, e também destaca a personagem, uma menina negra e nós estamos carentes desta representatividade, carentes de livros que tratam do bullying, do preconceito e, trazer essas reflexões, faz com que nós educadores tenhamos condições de incentivar as nossas crianças nesse mundo da leitura” destacou o presidente estadual da Undime, Raimundo Pereira.
 
Egresso da educação pública,  Ricardo Ishmael, enaltece a importância do papel dos educadores como protagonistas para solução destas questões e destaca como a contribuição deles é fundamental no combate ao bullying. “Para mim, um dos pontos importantes da história é quando a personagem, cansada de todos os ataques dos coleguinhas procura a professora, e partir daí as coisas começam a mudar e os comportamentos começam a ter transformações. É importante enaltecer o papel do professor, muitas vezes eles são os primeiros a perceber e a solucionar essas questões”. 
 
Em sua participação, o ilustrador Heitor Neto trouxe a reflexão de como é importante falar sobre esses temas com as crianças. “Foi um livro muito bom de fazer e uma das coisas que mais gosto é que ele ajuda as crianças a tratar dessas questões sociais que, por muitas vezes, elas não têm consciência do que está acontecendo e acha que é uma simples brincadeira. Eu só tenho o que agradecer por fazer parte desse projeto”, abordou. 
 
Ricardo e Heitor ainda se emocionaram com a leitura de um trecho do livro feito pela estudante Gabriely Noronha, de 9 anos, estudante da Escola Municipal José Pereira de Araújo, do povoado de Lagoa do Dionísio, em Ibitiara. 
 
Além do português, o livro também foi lançado em inglês e em espanhol. A versão em língua inglesa foi intitulado de “The Princess with a Little Lazy Eye”, e em espanhol, “La Princesa y su Ojito Vago”. O autor já tem um livro de contos publicado.
 
“Este livro é a celebração da diversidade. É um livro que traz na capa e no protagonismo, uma menina negra, de cabelo crespo, que usa óculos de lentes grossas e tampão em um dos olhos. Ela é linda como toda criança tem que ser. Alegre, sapeca e brincalhona. E nossa literatura precisa encontrar o rumo da diversidade, e falar sobre gêneros, questões raciais e promover debates e colaboração entre pessoas” finalizou Ricardo

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