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Laboratórios remotos controlados à distância para o ensino de física - cobertura
O Instituto Anísio Teixeira-IAT realizou no dia 10 de maio de 2012 uma palestra sobre “Laboratórios remotos controlados à distância para o ensino de física” com Horácio Fernandes, professor do Instituto Superior Técnico, localizado na cidade de Lisboa, em Portugal.
E-LAB - A plataforma é uma ferramenta de ensino e-learning que permite aos alunos de vários níveis de ensino consolidarem os seus conhecimentos no domínio científico e, consequentemente, desenvolverem as suas competências científicas .O objetivo fundamental é contribuir para inverter a desmotivação dos alunos para o ensino das ciências, em particular de física e química. É também um laboratório real controlado remotamente e acessível 24 horas por dia. Com um computador com acesso à internet é possível, em qualquer lugar, acessar um conjunto de mais de dez experiências científicas, majoritariamente de física.
“Basicamente o e-lab é um projeto que pretende levar experiências reais a qualquer lugar através da internet. E que as pessoas possam levar experiências de física, matemática, química em rede. O projeto surgiu desde 1999 financiado pelo Ministério da Educação de Portugal e já desenvolvemos cerca de 20 experiências nas quais, normalmente, temos usado o e-lab no ensino universitário nas matérias de física básica, no ensino médio e no ensino técnico”, contou Horácio Fernandes, professor do Instituto Superior Técnico onde leciona Instrumentação Eletrônica, Física Básica e Microprocessadores e é pesquisador no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, onde desenvolve um trabalho científico em fusão nuclear.
Através da plataforma, em java, é possível utilizar o e-lab em qualquer sistema operativo, basta instalar um browser, o Java Web Start e um leitor multimédia como o VLC media player ou o QuickTime media player para conseguir visualizar o decorrer da experiência em tempo real. O e-lab não pretende substituir a realização, o fazer com as próprias mãos, mas complementar as atividades experimentais executadas pelos alunos. Os dados das experiências e a imagem dos acontecimentos (vídeos) são captados por meio de sensores conectados, direta ou indiretamente, a um computador central, de onde são difundidos através da internet.
O e-lab facilita aos docentes o acesso dos seus alunos a laboratórios virtuais, nos quais a aquisição de dados de forma eletrônica permite expandir a atual formação experimental nas ciências básicas. Permite também compilar um elevado número de dados experimentais, aumentando as potencialidades de uma análise numérica e estatística do problema em questão.
“Em sala de aula, o e-lab é muito eficiente em duas vertentes: a primeira é que não pode substituir o ensino experimental. Ele complementa e potencializa. A outra vertente é que permite o acesso a experiências praticáveis em sala de aula. Há uma séria de experiências que conseguem comprovar fenômenos físicos importantes e que não podem ser executadas em sala de aula, mas podem ser realizadas nesses laboratórios e permitem confirmar a teoria”, explica Horácio.
O professor de física da rede estadual de ensino, Samuel Santana, participou do evento e afirmou que iniciativas como essa são muito importantes por estabelecerem laços e parcerias. “Esse tipo de evento é importante por estabelecer esse conúbio para uma produção coletiva das ciências utilizando a plataforma da web. Hoje foi interessante porque é uma ponte entre dois países. Os portugueses e a Europa estão à frente de todos nós. Precisamos realmente investir nesse tipo de ação. A física agradece e outras ciências também”, explicou Samuel.
Essa é a mesma linha de pensamento o professor Edmundo Cabral, do Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães. Segundo ele, esse evento foi muito bom porque existem escolas que nem laboratório possuem. “E com esse recurso dos laboratórios virtuais poderemos coletar dados, fazer experiências e manipulações”, contou Edmundo.
O evento contou com a participação da coordenadora da Inovação da Universidade Federal da Bahia-UFBA, Cristina Quintella, que valorizou a iniciativa da palestra. “Nós temos um estado muito grande na Bahia e tem lugares remotos e de maior dificuldade da gente montar laboratórios experimentais. O custo ainda é muito caro e nem sempre é fácil. E quando você consegue fazer experiências remotas dos experimentos você dissemina muito mais o conhecimento”, argumentou a coordenadora.
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