Formação Continuada dialoga sobre gestão dos resultados das avaliações como instrumento de planejamento

Palavras-chave:
Entender o posicionamento da unidade escolar nas diversas curvas de aprendizagem e potencializar o ensino focado nos saberes a serem desenvolvidos: o sentido da avaliação pode ser muito mais do que contabilizar pontos. Isso é o que o Plano de Formação Continuada da Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), realizada por meio do Instituto Anísio Teixeira (IAT), vem trazendo como reflexão acerca do que cada unidade escolar pode fazer a partir dos resultados de suas notas na prova SAEB, explícitos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) , divulgado recentemente para todo o Brasil. Mais ainda, as discussões em esfera formativa também têm procurado reforçar a relação entre as práticas didáticas cotidianas e as avaliações externas, como a SAEB, e como esse vínculo pode ser poderoso para a qualidade da educação. 
 
No NTE 7 (Extremo Sul da Bahia), o encontro formativo com o formador Luciano Lima, no dia 25 de setembro, trouxe para o cerne das discussões o papel das avaliações, a fim de promover um estudo mais aprofundado na gestão de resultados, com o objetivo de orientar o plano de ação da dupla gestora. Em meio à socialização de práticas pedagógicas, uma certeza: o vínculo do ensino cotidiano às escalas de proficiência pode mudar a realidade educacional do Estado, sempre lembrando que o educador não trabalha apenas para apresentar resultados em avaliações. “As metodologias precisam ser trabalhadas para que as aprendizagens sejam efetivamente construídas e o estudante possa ter melhores condições de vida, seja senhor da sua própria realidade.”, defende o formador.
 
A educadora Ana Paula Moura, coordenadora pedagógica, presente à formação com Luciano, conta como as formações foram iniciadas fazendo uma análise completa sobre a avaliação e que isso foi fundamental para o planejamento adequado aos descritores e escalas de proficiência, medidas pela prova. Direcionamento e planejamento foram as palavras usadas pela educadora para descrever o que significaram os encontros formativos no que tange ao trabalho com a avaliação externa.
 
Em outra atividade de formação, a frase "nossos alunos são sonhos, não são números", da formadora Elisa Moura lembrou dos cuidados que é preciso ter na hora de olhar para os resultados, especialmente o IDEB. Ela participa do processo formativo para duplas gestoras do NTE 17, com sede em Ribeira do Pombal. Aos educadores, sugeriu que analisassem mais profundamente os boletins escolares, que trazem as escalas de proficiência em língua portuguesa e matemática. De posse desse diagnóstico, e especialmente, pensando nas intervenções que podem ser feitas a partir dele, é possível fazer com que os estudantes sonhem mais longe. 
 
Como tarefa de casa, os coordenadores pedagógicos terão que fortalecer os planos de ação e agendas pedagógicas a partir dos resultados dos boletins, para que nenhum estudante fique de fora do processo de aprendizagem. Elisa também propôs intervenções pedagógicas de matemática, a partir das propostas trazidas pelo Instituto Vera Cruz, que trouxe contribuições para a formação dos formadores. Um dos exercícios simulava uma calculadora com teclas quebradas, e os educadores tiveram que criar estratégias para resolução. A ideia é propor aulas mais investigativas, que mobilizem os alunos. 
 
No NTE 4, o formador Anselmo Oliveira Santos listou as informações trazidas pela avaliação como referência – embora não única – para o diagnóstico das escolas. “Deve-se pensar a finalidade das avaliações e questionar por que avaliar, para quê, com que propósito. Devemos usá-las para interferências nas nossas ações, porque é justamente a partir delas que questionamos e modificamos nossa atuação.” A educadora Vanderlene Mendes, ao participar do encontro formativo guiado por Anselmo, ratifica: “ao fazer com que possamos nos apropriar dos diagnósticos, as provas SAEB são um começo para melhorarmos.”
 

“São os resultados das avaliações que vão nortear o que deve ser fortalecido nas escolas. Não apenas a partir de índices externos, mas também da realidade retratada nas unidades escolares e pelos nossos alunos. Ao se falar em escala de proficiência e se trabalhar em curvas de aprendizagem é preciso considerar as práticas didático-pedagógicas dos professores, para preparar o estudante, para as práticas sociais de leitura, resolução de problemas, de pensamento crítico-reflexivo”, conforme explica o formador Luciano Lima.

 
A gestão da avaliação, seu entendimento completo de descritores e o que quer dizer cada nível das escalas de proficiência faz com que os planejamentos da dupla gestora e, consequente e concomitantemente do professor tenham sucesso, não apenas em aumentar índices, mas em atingir o objetivo principal do ensino, que é a efetiva aprendizagem do conteúdo adequado para cada etapa da vida escolar de um estudante, considerando os contextos socioeconômicos, históricos e culturais de cada escola. “Antes de tudo, a gente precisa partir da observação e do entendimento dos sujeitos das nossas ações pedagógicas”, completa Luciano. 
 
A formação continuada é promovida pela Secretaria de Educação do Estado para duplas gestoras e equipes técnicas das secretarias municipais, se desenvolvendo sob a perspectiva territorial, nos 27 NTEs que compõem o estado, com foco nos profissionais que atuam no Fundamental II e Ensino Médio. Em torno de 9.000 educadores participam da iniciativa, cuja parceria com a União dos Municípios da Bahia (UPB), da União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), do Itaú Social e das Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) contribuem para potencializar o trânsito de saberes, desafios e conquistas entre os municípios de cada NTE.

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