Educadores assistem à pré-estreia da série “A chave” no auditório da Secretaria da Educação

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na plateia da pré-estreia da segunda temporada da série “A chave”, exibida nesta terça-feira (20), no auditório da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, a professora do Colégio Estadual Josias de Almeida Melo, no Subúrbio de Salvador, Jaciara Araújo, 54 anos e 35 de carreira, assistia a si própria no telão e chorava de emoção, junto a um público não menos comovido com a sua história de amor, dedicação e garra pelo ofício que abraçou. Exemplos como este serão exibidos aos sábados, a partir do dia 24/3, às 8h, pela TV Aratu. Estruturada em 15 episódios, com 26 minutos de duração cada um, o projeto é uma realização da TemDendê Produções, com o patrocínio da Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e apoio técnico da Secretaria da Educação.  
 
Presente ao evento, o secretário Walter Pinheiro ressaltou que “a chave do sucesso” é a humanização, cada vez mais, da Educação. “O aspecto central disso é trabalharmos uma lógica de um processo crescente de humanização no interior da escola. A escola não é um centro de formação de apertadores de botão, nem tão pouco de formar gente com vistas a galgar determinadas etapas e muito menos preparar gente, como no passado, quando se pensava que era possível treinar pessoas dentro de uma escola para acessar provas ou coisa do gênero. O processo de humanização tem a ver com a formação cidadã. Quando a formação é cidadã, ela se localiza no Território e tem grau de interação. Assim é possível fazer a transformação da vida das pessoas pela Educação”.

 

Assistindo atenta às falas em homenagem ao processo, antes de começar a exibição do primeiro episódio da série, a professora Jaciara falou, depois, sobre a sua emoção incontida: “Meu Deus, me ver na tela, ver a minha realidade, juntamente com outras tantas pessoas, é um sonho, é sobrenatural. Chorei muito porque a emoção é grande. São 35 anos envolvida com a área da Educação e agora estou me despedindo da escola. Não tem como o coração não ficar apertado, com um misto de saudade e alegria pelo dever cumprido e por saber que sou amada pelos meus ex e atuais alunos”, declarou, entre lágrimas e sorrisos.

 

 
Histórias emocionantes – Idealizadora do projeto, a diretora geral da TemDendê Produções, Vânia Lima contou que foram muitos dias de trabalho para a produção da série “A chave”. A gravação e a montagem, disse, somaram cerca de oito meses de dedicação. “Foi um trabalho intenso de uma equipe com cerca de 18 pessoas, incluindo técnicos da Secretaria da Educação do Estado, que nos forneceram dados sobre as realidades desses professores-personagens, reproduzidas nos 15 episódios. Está todo mundo muito emocionado e achamos que dignamente vamos apresentar essas histórias para o público. A educação brasileira e o professor precisam de mais espaço e foi pensando nisso que o projeto foi criado. A série pretende justamente revelar a realidade desses homens e mulheres que todos os dias enfrentam a missão de educar em um país ainda buscando o seu rumo”.
 
Um dos diretores da série, Luiz Lippel falou sobre a experiência de viajar pelo Brasil para a captação de histórias dos profissionais que fazem do seu ofício uma devoção. “Viajamos o Brasil inteiro, do extremo Sul de São Paulo até o interiorzão da Bahia, como Banzaê, onde estivemos com professores indígenas. Foi muito especial, enriquecedor e emocionante contar 30 histórias de vida, de guerreiras, de pessoas que amam o que fazem. Mostramos que a Educação vale a pena, mostramos o quão bonito é o papel do professor. Curiosamente, nenhum disse que a vida é fácil, mas nenhum falou que não vale a pena. Saio um ser humano melhor após este trabalho”, relatou.
 
 
Para o cineasta e jornalista, Pola Ribeiro, diretor artístico da TemDendê, “a série traz histórias que emocionam, que provocam e ampliam os horizontes dos telespectadores, que podem fugir das leituras normais e recorrentes e assistir um retrato humano dos desafios e das realizações conquistadas nas salas de aula e nas experiências vividas por alunos, professores e as comunidades pelo país”.
 
Espaço na TV – O diretor da TV Aratu, Ney Bandeira, destacou a importância de as televisões locais abrirem espaço em sua grade de programação para projetos como “A chave”. “Tradicionalmente, as TVs regionais se dedicam basicamente a fazer jornalismo. Inserir uma produção de série ou mesmo reportagens mais elaboradas é algo muito difícil, porque não tem quem financie isso. Graças ao financiamento da ANCINE nos foi possibilitado exibir esta série. O interessante é que quando entram com uma produção local, as televisões locais têm mais audiência do que as da rede naquele horário. A TemDendê é pioneira no Nordeste nisso, junto à TV Aratu e mais nove emissoras afiliadas ao SBT, e a Secretaria da Educação do Estado contribuiu com esse processo sinalizando as pautas com conteúdos educacionais muito interessantes”.
 
Fotos: Joseildo Jr

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